domingo, 5 de fevereiro de 2017

LIvro: Reação em cadeia - Mini resenha

"Mídias digitais, MP3, Cultura e Cibercultura. 
Apesar de estar um pouco desatualizado, devido às rápidas transformações das mídias virtuais e também das redes sociais, esta dissertação é útil para se construir uma visão mais panorâmica sobre a Indústria Cultural em meio as mudanças da realidade digital e suas interações, onde o consumidor passa a ocupar um local ativo sobre o que ele quer ouvir em relação à música, sobretudo em meio à realidade brasileira. Esta obra também é válida para se atualizar sobre termos utilizados na cibercultura, a qual influencia mercados e comportamentos atuais."

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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Uerj resiste! #SouUERJ

Quando eu era criança, lembro que minha mãe me levava ao médico e o ônibus passava em frete à Uerj. Eu via aqueles prédios de concreto e perguntava pra mim mãe o que era aquilo, pois aquela estrutura se destacava perante meus olhos e curiosidade infantis. Minha mãe falava que era uma universidade, onde as pessoas estudavam pra virar médico, advogado, professor etc.. Então, um dia, indo novamente ao médico, quando passou pela Uerj eu falei para a minha mãe: "Um dia eu vou estudar aí também, não é?"
Minha mãe, pessoa de origem humilde disse o seguinte pra mim: "Ah minha filha, é muito difícil, pois aí só entra filho de rico e quem estudou em colégio caro." O que ela falou não era totalmente equivocado, principalmente àquela época. Lembro que eu ouvi essas palavras e me causou certo incomodo, mas continuei afirmando que um dia eu também iria estudar ali. Assim, minha mãe sorria e falava: “Se você estudar direitinho, vai sim!”
Eu realmente cresci com essa convicção, de que um dia eu iria estudar naquele prédio. 
 Finalmente chegou a época de prestar vestibular. Eu queria cursar História, fiz prova pra Uerj, UFRJ, UniRio e Uff. Consegui aprovação na UFRJ, e quando já estava cursando, fui reclassificada na Uerj, porém optei por continuar na UFRJ. Poxa, não foi dessa vez que segui meu encantamento da época de infância com aqueles prédios, mas estava bem feliz cursando História na UFRJ. Pois bem, já quase terminando meu curso de História, me veio à vontade de cursar Direito. Pensei bem, e resolvi fazer vestibular novamente, mas dessa vez me inscrevi somente no vestibular da Uerj, uma vez que sempre ouvia que o curso de Direito de lá era o melhor do Rio, então era para a melhor que eu queria ir.
Consegui passar no vestibular da Uerj, para o curso de Direito. No dia da matrícula, quando entrei naquele prédio me recordei destas lembranças de quando eu era criança, que já estavam um pouco apagadas, onde eu afirmava que um dia eu iria estudar lá, por mais impossível que pudesse parecer à época. Eu sorri ao me lembrar disto e me veio uma sensação boa de sonho infantil que foi realizado.
Cheguei a casa com a matrícula feita e perguntei para minha mãe se ela se lembrava desses momentos dentro do ônibus quando ia ao médico. Ela lembrou que sempre que passava eu olhava admirada e perguntava o que era a Uerj, que eu afirmava que também iria estudar lá. Minha mãe se emocionou ao recordar disto e ver que meu desejo de criança se realizou. E a realização foi completa, pois me formei em Direto naqueles prédios de concreto.
Assim como a Uerj fez parte do meu imaginário, ela faz parte do imaginário e da identificação cultural de vários outros cariocas e fluminenses. Infelizmente vemos a universidade sendo sucateada há longos anos por má administração, desgovernos e interesses escusos. A Uerj é um local de produção científica, formadora de pensamento crítico, a qual foi a primeira universidade do Brasil a implantar políticas de inclusão por meio de cotas raciais e socias, as quais mudaram um pouco aquela característica de a universidade pública ser um local somente acessível a pessoas privilegiadas. Mesmo que ainda longe do ideal, essas políticas afirmativas e de inclusão viabilizaram a mudança da condição e realidade social de vários indivíduos. Agora corremos o real risco de ver a Uerj fechar suas portas em meio a este cenário caótico que vivemos no estado do Rio de Janeiro. A perda será irreparável e imensurável, pois além de perdermos cursos de excelência, também perderemos atendimento público e de qualidade na área de saúde no Hospital Universitário Pedro Ernesto e na Policlínica Piquet Carneiro, que são os hospitais universitários da Uerj.
É vergonhoso e ao mesmo tempo dolorido ver este sucateamento e irresponsabilidade com a instituição. Não deixe que a possibilidade de sonhos infantis não possa ter a oportunidade, mesmo que pequena, de se concretizar. Eu quero acreditar que a Uerj ainda resiste e resistirá! 
Lutaremos! E a luta é coletiva!